“Desde março que em Galveias se comemora os 50 anos do 25 de abril com várias atividades desenvolvidas pelas associações Galveenses.
Na noite de 24 de abril, O Galcanta encantou os presentes com um magnifico concerto designado “Somos livres!”. O dia 25 começou com o Hastear das Bandeiras Nacional e da Freguesia, com a Largada de Pombos pela Associação Columbófila de Galveias, com a entrega de Cravos e com Porto de Honra na Sede da Junta. A Banda da Sociedade Filarmónica realizou a habitual arruada pelas ruas da Vila e junto ao memorial dos Combatentes, perto da Sala Cultural, foi prestada uma homenagem. A Assembleia de Freguesia organizou uma sessão solene.
Durante a tarde, a Banda da Sociedade Filarmónica realizou o Concerto com Músicas de Abril que contou com a presença do tenor Jaime Varela e do escritor Francisco Sousa. Para finalizar o dia de festa, o músico Galveense, Zé Pedro Sousa animou os presentes com um Baile.”
Discurso da Senhora Presidente na Sessão Solene da Assembleia de Freguesia:
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia
Ex.mos Senhores Membros da Assembleia de Freguesia
Estimados Colegas da Junta de Freguesia de Galveias
Estimados Dirigentes das Associações Culturais, Desportivas e Recreativas e demais Entidades da nossa Freguesia
Estimadas e Estimados Galveenses
Estamos a comemorar os 50 anos da Revolução de Abril, um dos momentos mais altos da vida e da história do povo português e de Portugal.
Foi no dia 25 de Abril de 1974 que o Povo Português emergiu de um dos mais negros períodos da sua História. Um longo período, imposto por uma criminosa ditadura fascista. Um período marcado pela repressão e violência brutais, prisões, liberdades individuais e coletivas proibidas, pelo atraso económico, social, cultural e civilizacional, pelo analfabetismo, pela emigração em massa, por inadmissíveis desigualdades sociais, a discriminação legal das mulheres, pela guerra contra os povos africanos, pela alta corrupção e pelo isolamento internacional, em contraste com a fortuna e opulência de uma pequena minoria.
Aqui estamos a celebrar com júbilo a Revolução de Abril!
Revolução que é uma afirmação de liberdade, emancipação social, de soberania e independência nacional!
Revolução cujas realizações, valores e ideais permanecem no coração do povo português que ama a liberdade, a paz, a justiça e o progresso para todos. Valores que são um guia para a construção de um Portugal mais fraterno e solidário, mais livre, democrático e desenvolvido.
Comemoramos a Revolução do 25 de Abril, não esquecemos e celebramos o acto generoso e valoroso dos capitães de Abril que, nessa inesquecível madrugada abriu as portas à liberdade e à democracia. Aqui renovamos o nosso apreço e gratidão.
Celebramos também o esforço heróico da Resistência antifascista, a abnegada dedicação à luta pela democracia e liberdade. A intensa luta dos trabalhadores, dos intelectuais, da juventude, das mulheres, do povo.
Celebramos o amplo e vigoroso levantamento popular que irrompeu nessa manhã de Abril, que transformou o levantamento militar libertador do MFA em Revolução emancipadora, que conduziu a profundas transformações económicas, sociais, políticas e civilizacionais que se traduziram em grandes conquistas dos trabalhadores e do povo português.
Revolução que pôs fim às guerras coloniais, devolvendo a Paz ao povo português. Guerras que ceifaram a vida a mais de 10 mil jovens portugueses.
Revolução que instaurou as liberdades, a igualdade e a democracia, o direito de associação e de manifestação, de constituição de partidos políticos, o direito ao voto universal e direto – direito de eleger e ser eleito(a), a liberdade sindical, o direito à greve, à contratação e negociação coletiva.
Revolução que deu, às mulheres, direitos de igualdade, de emancipação e reconhecimento social, humano e cívico.
Revolução que promoveu a melhoria das condições de vida do povo, instituiu o salário mínimo nacional, as reformas e as pensões mínimas.
Revolução que permitiu a criação do Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito, o alargamento e melhoria da segurança social, o direito universal ao ensino e à educação.
Revolução que construiu o poder local democrático. Este poder local que expressa e assegura o direito do povo de decidir sobre os problemas das suas terras e o seu desenvolvimento.
Revolução que pôs fim às guerras coloniais e ao isolamento internacional de Portugal, com o estabelecimento de relações diplomáticas com todo o mundo.
Conquistas que permanecem graças à acção determinada dos trabalhadores e do povo que as tem defendido numa prolongada luta, enfrentando poderosos interesses, incluindo os que nunca se conformaram com o novo tempo emancipador e libertador de Abril.
Conquistas que são essenciais contra a falsidade de uma reescrita da história que desvaloriza Abril e os seus construtores e contra todos aqueles que querem enclausurar Abril e os seus nobres valores no baú do esquecimento - os valores da independência, da liberdade, da igualdade, identidade e soberania, da paz.
Valores que se reconhecem na Constituição da República, aprovada em 2 de Abril de 1976 (retrato da Revolução) e na democracia que ela projeta onde são inseparáveis e complementares as dimensões política, económica, social e cultural.
Componentes que exortam a políticas consonantes com o princípio universal de servir os interesses da maioria do Povo e não os interesses de uns poucos – os querem derrotar os Valores de Abril.
Não é responsabilidade da Revolução de Abril as dificuldades e os problemas que o povo enfrenta no dia-a-dia. Essa responsabilidade cabe às políticas de quem governou Portugal ao arrepio dos valores de Abril, destruindo conquistas, fechando muitas portas ao desenvolvimento e ao progresso com justiça social.
As consequências estão bem expressas em problemas que se prolongam no tempo e hoje subsistem: baixos salários e baixas reformas, empobrecimento de largas camadas da população, precariedade laboral, exploração e desigualdades sociais, graves défices estruturais, com relevo para o produtivo, deterioração e destruição das funções sociais do Estado, nomeadamente na saúde, submissão às grandes potências e aos seus interesses, alto grau de dependência do País.
Abril não é coisa do passado, para colocar num canto da História.
Abril é capacidade criadora de um futuro promissor, que a sua Constituição consagra e expressa, e é capaz de resolver os problemas do Povo e do País.
Abril é futuro, é liberdade, é igualdade, é justiça e progresso social, é soberania nacional e paz; é concretização de um Portugal fraterno e de progresso.
Viva o 25 Abril!
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